MULHERES, DESAFIOS E CONQUISTAS
Como nos lembra Rita Lee, “mulher é bicho esquisito...um sexto sentido maior que a razão...”. Essa mistura de razão e sentimentos nos faz “misturar dor e alegria”, como a Maria, Maria de Milton Nascimento e Fernando Brant e dessa forma, seguimos construindo a História desde o seu principio.
As mulheres desde a denominada Pré-História se fazem presente com o seu trabalho, com criatividade e na relação de cuidados com os recursos naturais, base de sustentação da humanidade desde então. Na Antiguidade muitas mulheres se destacaram em pesquisas que foram fundamentais para o avanço da ciência e seguiram criando e inovando na Idade Média. E muitas delas por revelarem conhecimentos incompreensíveis à ciência foram denominadas de bruxas e pagaram com a vida pela ousadia dos seus conhecimentos.
Na Idade Moderna, as mulheres foram fundamentais para sustentar a sociedade capitalista em seu nascedouro: mão de obra nas fábricas e indústrias, participação nas Guerras, donas de casas a garantir o funcionamento da sociedade.
Na contemporaneidade, continuamos a construir, a produzir, a criar as sociedades. Porém, continuamos invisíveis em muitas dessas participações. Temos os menores rendimentos, vivenciamos desigualdades e explorações no trabalho, na educação (apesar do crescimento das mulheres no ensino superior nos diversos países, inclusive no Brasil).
“Dondoca é uma espécie em extinção”, mais uma vez lembrando Rita Lee. E é fato. As mulheres buscam ocupar os seus espaços com trabalho, com demonstração de garra e competência. Para muitas, o trabalho se faz presente desde sempre, como é o caso das mulheres negras no Brasil que chefiaram famílias após a abolição e cuja participação nas lutas deu-se desde os tempos da Senzala. Lembremos de Dandara, Luiza Mahim, Aqualtune, Carolina Maria de Jesus, Na Agontime e outras.
Mas a lutas dessas mulheres continuou, pois “quem trás na pele essa marca possui a estranha mania de ter fé na vida” e aí citamos: Maria Aragão, Margarida Alves, Chiquinha Gonzaga, Lélia Gonzalez, Angela Davis, Anita Garibaldi, Berta Lutz, Simone de Beauvoir, Olga Benário, Laudelina Campos de Melo, Maria Firmina, Maria da Penha e tantas e tantas...
E no Maranhão, as mulheres de forma sub-repticia ou explicitamente vão enfrentando “a dor e delicia de ser o que é” SER MULHER, às vezes “Amélias sem a menor vaidade”, outras, simples “Mulheres de Atenas”, aqueles que vivem abnegadas pela e para a felicidade alheia, muitas tratadas como GENIS, apedrejadas e torturadas pelas cidades, outras tantas são: Cora Coralina, Angela e Leila Diniz ou Elis presentes e recriadas em nós e em mulheres como: Dada, Ieda Batista, Silvia Cantanhede, Dica e outras companheiras que por aqui passaram e deixaram marcas da sua História.
Essas mulheres foram e são inspirações para as nossas lutas feministas e femininas cotidianamente. E com essas inspirações, conquistamos muito nos últimos anos. Mas muito ainda nos falta.
E nós, assistentes sociais, categoria cuja presença feminina é majoritária e cujo trabalho volta-se expressivamente às mulheres, especialmente às mulheres pobres, temos como desafio, colocarmos a condição das mulheres como centralidade do nosso trabalho. E os nossos Congressos, Encontros e produções já indicam o quanto estamos contribuindo nessa construção. A organização das mulheres é parte central da luta internacional de trabalhadores (as).
Nesse sentido é importante destacar a força que nós mulheres mostramos na História contemporânea a exemplo da luta das mulheres no Oriente. Estamos e somos cada vez mais conscientes que “nós podemos muito, nós podemos mais. Vamos lá fazer o que será”.
FELIZ 8 DE MARÇO – DIA INTERNACIONAL DA MULHER!
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